domingo, 25 de março de 2012

Jantar Fevereiro 2012





Em Fevereiro, o Fusão Restaurante Lounge voltou a receber o 4 Horas à Mesa para mais um jantar. Formato tradicional, mas com algumas baixas forçadas, o que reduziu os presentes a 8. Com este número de convivas, dada a quantidade de garrafas ser em proporção, os jantares decorrem com um ritmo de provas mais pousado, com mais tempo de degustação para cada vinho. Não foi muito diferente do descrito, embora um exercício nos tintos tenha acelerado a parte final.
Início com um espumante do Douro, do qual se espera boa relação preço/qualidade, o que aconteceu. O capítulo dos brancos apresentou uma característica pouco habitual, já que foi dominado por vinhos verdes. Um Vila Régia, que aparentou sintomas de estar alterado, intrometeu-se no meio de um branco da zona de Basto, um alvarinho marca branca e uma prova do ainda não comercializado Pequenos Rebentos 2011. Os dois primeiros com boa relação preço/qualidade e o último a dar mostras de que mais um belo alvarinho está a caminho.
A degustação dos tintos iniciou-se com um pequeno exercício. De tempos a tempos, as  conversas abordam a questão da decantação de vinhos velhos. Assunto não consensual, sem uma regra clara e definitiva. Apareceram, então, duas garrafas de Quinta da Sequeira 2001, abertas cerca de uma hora antes da prova e uma delas decantada. A conclusão foi favorável à amostra decantada, que se apresentou mais limpa de aroma e frutada. Claro que a questão mantém-se em aberto, mas ficámos com mais uma experiência para suportar uma opinião e uma decisão perante o próximo vinho menos jovem com que depararmos. O painel “oficial” de tintos esteve muito bem. Um Casa de Cambres Reserva com preço apelativo para a boa qualidade apresentada; o Valle Pradinhos esteve muito bem, com carácter, e que deu azo a algumas opiniões com poucas certezas quanto à região de origem; o Bafarela Grande Reserva conquistou a mesa, com a sua elevada qualidade bem articulada com o prazer de prova; o fecho dos tintos foi com o CM da CARM, que trouxe um momento de excelência ao jantar. Para sobremesa, o Junior da Niepoort, pensado para captar adeptos para o Vinho do Porto, mostrou ter características para atingir o objectivo, dado ter recolhido aprovação geral.
Resta apenas deixar as nossas impressões sobre os vinhos (prova cega por um painel de 11 convivas) e aguardar (im)pacientemente pelo jantar de Março:

Entrada

Raposeira: Cor amarelo palha, aroma frutado, balsâmico e algum mineral. Fresco, suave e equilibrado na boca, segue o perfil do nariz até ao final médio.



Brancos

Casa da Tojeira: cor amarelo citrino, aroma frutado e floral. Algo magro de corpo, é fresco e equilibrado. Final algo curto. Vinho fresco e agradável, bem para o preço.

Vila Régia: cor amarelo palha, aroma frutado, vegetal e balsâmico. Suave, algo mole na acidez, não apresentava o equilíbrio desejável. Final curto. Prova prejudicada por uma aparente alteração do vinho.

Vinha de Alvaredo: Cor amarelo citrino, nariz vegetal, frutado e mineral. Fresco, suave e equilibrado, ainda mostra algum balsâmico até ao final médio. Vinho agradável, com boa relação preço/qualidade.

Pequenos Rebentos: Cor amarelo citrino, aromas com o mineral a dominar, com notas balsâmicas e vegetais. Encorpado e equilibrado, mostra já uma acidez vibrante, mantendo o perfil do nariz até ao final médio. Um vinho que já está muito bom e que promete ainda mais.


Tintos

Casa de Cambres Reserva: cor rubi, aroma frutado. Suave, fresco e com taninos redondos, está bem equilibrado e mostra ainda algumas notas do estágio em madeira na boca, até ao final médio. Um vinho agradável e consensual, muito bem para o preço.

Valle Pradinhos: Cor violácea, nariz personalizado, com notas frutadas, vegetais, balsâmicas e de madeira. Encorpado, taninos vigorosos, com alguma adstringência, fresco e equilibrado. Final médio. Um vinho muito bom.

Bafarela Grande Reserva: Violáceo na cor, aroma frutado, floral e com algumas notas de madeira. Encorpado, taninos redondos, mostra-se fresco e equilibrado. A boca acompanha o nariz até ao final médio. Um vinho polido, bem agradável na prova, globalmente muito bom.

CM: Cor rubi, apresenta nariz com complexidade, com notas frutadas, balsâmicas e de madeira. Encorpado, fresco e equilibrado, apresenta uma estrutura de taninos potente. Final longo para um vinho excelente.


Sobremesa

Junior: cor rubi, aroma balsâmico, madeira e floral. Corpo untuoso, taninos redondos, fresco e equilibrado, mantém o que mostrou no nariz até ao final médio. Um bom Porto.





Nome VinhoAnoTipoCastasRegiãoProdutorPreço PrateleiraClass.
Raposeira Blanc de Blancs2006EspumanteRaposeira6,00 €15
Casa Tojeira2010BrancoVinhos VerdesMário Bernardo Magalhães Sousa3,50 €14
Vila Régia2010BrancoMalvasia Fina, Gouveio, Rabigato, Códega LarinhoDouroSogrape Vinhos3,50 €14,5
Vinha de Alvaredo2011BrancoAlvarinhoVinhos VerdesEng. 12793,80 €15
Pequenos Rebentos2011BrancoAlvarinhoVinhos VerdesMárcio Lopes16,5
Casa Cambres Reserva2009TintoTouriga Nacional, Touriga Franca, Tinta RorizDouroCasa de Cambres5,50 €15,5
Valle Pradinhos2007TintoTinta Amarela, Cabernet Sauvignon, Touriga NacionalReg. Trás-os-MontesMaria Antónia Pinto Azevedo12,00 €16
Bafarela Grande Reserva2009TintoTouriga Nacional, Touriga Franca, Tinta RorizDouroBrites Aguiar11,00 €17
CM2007TintoTinta Roriz, Touriga Franca, Touriga NacionalDouroCasa Agrícola Roboredo Madeira30,00 €17,5
Porto JuniorTintoVinho do PortoNiepoort Vinhos, SA11,00 €16,5