Novo mês, novo jantar.
Em abril 2014, estivemos no Restaurante Industrial, na Maia, um
espaço amplo, de um só piso, confortável, com tudo para se
usufruir de uma boa refeição. Foi mais um jantar marcante. O
restaurante é dos mais reconhecidos na Maia e fez justiça a essa
notoriedade com um menu de alta qualidade, apreciado de forma unânime
pelos presentes. A acompanhar, o painel de vinhos apresentou-se num nível de
qualidade e coesão pouco frequente. Basta verificar que nenhum vinho
teve classificação média inferior a 16.
O início foi com um
champanhe, Nicolas Feuillat Brut, que mostrou o perfil com
ligeira tosta no nariz, a bolha fina, mas com algum volume de boca,
boa frescura e final médio. Muito bom, posicionado nos patarmares de
preço mais baixos que se encontram em Portugal.
Seguiu-se o arranque dos
brancos, com um chardonnay muito agradável vindo de Espanha: Raimat
Chardonnay 2012. Tem cor citrina, aroma algo perfumado, com notas
florais e vegetais, fresco, suave e equilibrado na boca, termina
médio. Voltámos ao nosso país com o Soalheiro Reserva 2010
e foi impressionante. Cor amarelo palha, nariz complexo e hipnótico,
em que fruta e madeira já se fundiram e o bouquet começa a
mostrar-se. Na boca surge encorpado, ótima frescura, equilíbrio
perfeito. Final longo, um vinho excelente, que dá imenso prazer
beber.
Passagem para os tintos,
que começaram por França e o Chateau Massamier La Mignarde 2009.
Mostrou-se agradável, com a sua cor rubi, aroma frutado e nuances
vegetais, suave na boca, taninos polidos e frescura mediana, final
médio. Elegante, suave, agradável, falta-lhe apenas um pouco de
frescura. Curiosamente, fez lembrar algo de Douro. Seguiu-se o Brites
& Aguiar 2011, topo de gama da casa. Cor rubi, aroma frutado,
especiado e notas de madeira, na boca bem fresco e estruturado, com
taninos bem presentes, embora não particularmente encorpado. Final
longo, muito bom. Um vinho cheio de potência e juventude, que parece
apostar na longevidade e elegância. Uma viagem até Itália
trouxe-nos um vinho da casta Barbera d'Asti: Solus Ad Superiore
2007. Mesmo com um perfil muito próprio, conveceu os presentes,
que apreciaram a elegância e a complexidade especiada do vinho. Cor
rubi, aromas com fruta, especiarias e notas de madeira, encorpado,
taninos polidos, frescura média, final médio. Um vinho muito bom,
que mostra um preço não muito alto (considerando que é importado).
Para acompanhar a
sobremesa veio um Sauternes, Thomas Barton Reserve 2005. À
obrigatória Sémillon juntou-se a não menos famosa Sauvignon Blanc e
deu um belo resultado. O vinho apresenta cor dourada, aroma complexo,
com o lado frutado acompanhado de balsâmicos; na boca encorpado,
fresco e bem equilibrado, até ao final longo. Um vinho muito bom,
com uma bela frescura e bem agradável na prova. Em termos de
pontuação apenas foi ultrapassado pelo Soalheiro Reserva.
Ficam renovados parabéns
pela casa e agradecimentos pela receção ao restaurante Industrial,
bem como o resumo quantificado da prova cega por 7 felizardos
convivas.
Nome Vinho | Ano | Tipo | Castas | Região | Produtor | Preço Prateleira | Nota |
Nicolas Feuillat Brut | Champanhe | Chardonnay, Pinot Noir, Pinot Meunier | Champagne | Nicolas Feuillat | 30,00 € | 16,5 | |
Raimat Chardonnay | 2012 | Branco | Chardonnay | Costers del Segre | Castell de Raimat | 12,00 € | 16 |
Soalheiro Reserva | 2010 | Branco | Alvarinho | Vinhos Verdes | VinuSoaleirus | 25,00 € | 18,5 |
Chateau Massamier La Mignarde | 2009 | Tinto | Ap. Minervois Controlée | Chateau Massamier La Mignarde | 12,00 € | 16 | |
Brites & Aguiar | 2011 | Tinto | Douro | Brites e Aguiar | 30,00 € | 16,5 | |
Solus Ad Superiore | 2007 | Tinto | Barbera d'Asti | Canglui, Itália | Contratto | 13,00 € | 16,5 |
Thomas Barton Reserve | 2005 | Colheita Tardia | Semillon, Sauvignon Blanc | Ap. Sauternes Controlée | Thomas Barton | 25,00 € | 17 |
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